Petróleo / Armazenamento de CO₂

Prospeção e Pesquisa de Petróleo

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Prospeção e Pesquisa de Petróleo

 

Embora na denominação dos contratos de concessão vigentes esteja contemplado todas as fases da atividade da indústria petrolífera – Prospeção e Pesquisa – Desenvolvimento – Produção - a realidade do país, relativamente a este setor de atividade económica, é muito incipiente, ou seja, todos os contratos assinados com o Estado Português, mais de uma centena, desde 1938, nunca transpuseram a primeira fase correspondente à prospeção e pesquisa.

 

A fase de prospeção e pesquisa visa a investigação geológica e tem por objetivo identificar recursos geológicos ou delimitar áreas com maior potencial e alvos de futuros trabalhos de investigação mais detalhados, ampliando o conhecimento sobre o território nacional - no caso do petróleo, das bacias sedimentares portuguesas e dos seus eventuais sistemas petrolíferos, com o objetivo principal de ser feita uma descoberta comercial.

 

A aquisição de novos dados geológicos e geofísicos, implicam elevados investimentos, totalmente suportados pelas Concessionárias, traduzindo-se num maior e melhor conhecimento da infraestrutura geológica nacional e particularmente das suas bacias sedimentares.

 

Todos estes dados geológicos e geofísicos adquiridos, processados e interpretados são entregues ao Estado em suporte documental, gráfico e digital e em suporte físico - amostras de rochas e sedimentos, lâminas delgadas, células microfósseis, e, que, após período de confidencialidade, ficam disponíveis para o país.

 

Ao longo de décadas estes dados têm sido reutilizados por diversas áreas das geociências, diversas instituições nacionais e internacionais, públicas ou privadas, permitindo um mapeamento geológico, quer onshore, quer offshore, produção de cartografia geológica, avaliação de risco sísmico e de vulnerabilidade sísmica de infraestruturas, avaliação de risco de deslizamentos submarinos e consequente formação de tsunamis, valorização de outros recursos geológicos, características físicas do substrato marinho para implementação de infraestruturas, alterações climáticas, paleoceanografia, etc.

 

Permitem, ainda, o desenvolvimento de muitas dezenas de trabalhos académicos, incluindo mestrados, doutoramentos e pós-doutoramentos, e a prossecução de trabalhos de investigação para o desenvolvimento de novas metodologias de avaliação.

 

A prospeção e pesquisa normalmente inicia-se com a aquisição de dados indiretos através de métodos geofísicos, como a gravimetria e a magnetometria, utilizados, principalmente, na fase de reconhecimento inicial das bacias sedimentares, para obter, de forma rápida e económica, informação sobre a profundidade do soco (espessura da cobertura sedimentar) e os traços gerais da estrutura da bacia.

 

Exemplo de mapa de Intensidade Magnética Total (TMI) – extraído de Lusitanian Basin Structural GIS & SEEBASETM Study, February 2012 - FrOGTech. Main Report and Appendix.

 

 

Numa fase mais adiantada e ainda nos métodos geofísicos, segue-se uma fase de levantamento ou aquisição de dados sísmicos, que tem como objetivo obter dados indiretos sobre a geologia do subsolo, comparativas às imagens ecográficas e tomográficas do corpo humano, com vista à identificação de camadas sedimentares e estruturas geológicas que favoreçam a acumulação de petróleo.

 

 

 

Exemplo de secção sísmica adquirida e processada em 2000-2002.

 

 

 

Interpretação da linha sísmica. As idades são hipotéticas devido à inexistência de sondagens no deep offshore das Bacias de Peniche e Alentejo

 

 

Após uma ideia da dimensão, profundidades, contornos da bacia sedimentar, locais com melhores caraterísticas, estruturas e armadilhas geológicas através do processamento e interpretação de dados indiretos obtidos através de métodos geofísicos, como os atrás mencionados, passa-se à etapa de aquisição de dados diretos que em geologia significa a coleta de amostras geológicas, no caso, através de amostragem de sedimentos do fundo do mar e/ou de sondagens de pesquisa.

 

As sondagens de pesquisa normalmente ocorrem após aquisições de dados geofísicos, pois na generalidade envolvem elevadíssimos investimentos, da ordem das dezenas a centenas de milhões de euros, só sendo executadas depois de cuidada interpretação dos dados adquiridos e depois de identificados alvos com possível potencial.

 

As sondagens de pesquisa são executadas pontualmente e ocupam temporariamente (geralmente de 1 semana a três meses) uma área da ordem dos 1.000 m2.

 

 

Sondagem de pesquisa em Aljubarrota, com recurso a tecnologia de ponta. Sonda insonorizada.

 

 

No âmbito das atividades para estudo e caracterização do recurso geológico “petróleo” é importante conferir o verdadeiro significado aos termos anglo-saxónicos “exploration” e “exploitation”, que tem gerado algumas dúvidas, e a sua correta tradução para a língua portuguesa, sendo que ambos os termos designam fases diferentes da atividade petrolífera, assim:

 

o termo “exploration” deve ser traduzido por “pesquisa” (sensu lato) ou “prospeção e pesquisa” (sensu stricto);

 

 e o termo “exploitation” por “produção/extração/exploração” (sensu lato) ou “desenvolvimento e produção” (sensu stricto).