Energias Renováveis e Sustentabilidade

Energia Eólica off-shore

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Energia Eólica off-shore

 

 

A energia eólica explorada no mar, ao largo (off-shore), constitui uma das principais formas de aumentar futuramente a capacidade de produção de energia renovável em Portugal. Com efeito, espera-se que centrais eólicas off-shore venham a ser implantadas com o objetivo de fornecer eletricidade à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) ou a unidades de produção de outros vetores energéticos, entre os quais se destaca o hidrogénio. Pequenas turbinas eólicas poderão também ser utilizadas para proporcionar eletricidade em iniciativas no mar, como a aquacultura.

 

As perspetivas de Portugal para a energia eólica explorada no mar abarcam não só a instalação de centrais eletroprodutoras mas também desenvolver tecnologia, a nível académico e industrial, fazendo progredir a cadeia de valor (EI-ERO, PNEC2030). Estas atividades consubstanciam as renováveis off-shore como setor da Economia Azul e contribuem para a descarbonização do sistema energético.

 

Além de proceder ao licenciamento de centrais electroprodutoras, a Direção Geral de Energia e Geologia, na sua função de apoio à elaboração de políticas públicas, acompanha e suporta a evolução do setor da energia eólica off-shore através da participação em grupos de trabalho, a nível nacional e internacional, e da realização de estudos, designadamente em relação com as áreas do hidrogénio e da modelação energética prospetiva.

 

 

Recurso e Tecnologia

 

O recurso eólico no oceano, ou no mar, é tipicamente mais elevado do que em terra, apresentando o vento maiores intensidade e consistência e menor turbulência. No mar existe ainda disponibilidade de espaço em vastas áreas contínuas, com menor impacto visual.

 

A energia eólica é explorada em regiões com: recurso eólico adequado; fora de zonas de exclusão, isto é, em locais sem conflitos de interesse por coexistência com outras atividades ou instalações; distância à costa, batimetria e constituição do fundo submarino (rochas, declive) adequados.  

 

Em Portugal as zonas em que se encontram os ventos marítimos de maior intensidade estão situadas a norte e no centro, ao largo de Viana do Castelo, Peniche e Ericeira, existindo também recurso relevante ao largo de Sagres. 

 

Tal como na energia eólica em terra – ver Energia Eólica – a exploração de energia eólica no mar é dominada pela tecnologia de turbinas com eixo horizontal. No entanto as turbinas no mar são tipicamente maiores do que as utilizadas em terra, existindo já, em 2022, um protótipo com 280 m de diâmetro de rotação e 15 MW de potência.

 

Em termos de instalação, há dois relevantes tipos de tecnologia: plataforma fixa ao fundo marinho e plataforma flutuante com amarração. Considera-se que o limite em profundidade para instalação de plataforma fixa situa-se entre 65 e 70 m, no entanto já existem casos com instalação até 100 m. A plataforma flutuante tem sido utilizada quando a profundidade é superior a 70 m, indicando-se como passível de instalação até 1000 m.

 

Embora a turbina com plataforma fixa seja considerada uma tecnologia madura (utilizada, por exemplo, nos grandes parques eólicos situados nas águas pouco profundas do Mar do Norte), continua em desenvolvimento, nomeadamente no sentido de ser aplicada em maiores profundidades.

 

A tecnologia de plataforma flutuante está numa fase de menor maturidade, perspetivando-se um acentuado desenvolvimento tecnológico que permita reduzir os atuais elevados custos sobretudo de fabrico e manutenção. No entanto, prevê-se que futuramente seja esta a tecnologia com maior utilização a nível global, por permitir aproveitar vastas regiões marítimas – 80% do potencial eólico no mar está em zonas que requerem plataformas flutuantes.

 

Tendo em conta a batimetria da costa, estima-se que, em Portugal, seja possível instalar parques eólicos perfazendo uma potência de 1,4 a 3,5 GW em locais até cerca de 40 m de profundidade. Em localizações entre cerca de 40 e 200 m de profundidade estima-se um potencial teórico de instalação totalizando uma potência adicional de 40 GW (EI-ERO). Ou seja, em Portugal, para explorar o maior potencial eólico off-shore é necessário recorrer a turbinas com base flutuante.

 

A fim de melhor rentabilizar as estruturas e diminuir a variabilidade no perfil de energia elétrica injetada na RESP, há uma tendência de desenvolvimento tecnológico no sentido da constituição de centrais eletroprodutoras híbridas, em que turbinas eólicas são conjugadas com a exploração de energia das ondas ou solar flutuante. Há também uma tendência, comum às centrais eólicas em terra, para incluir capacidade de armazenamento de eletricidade na própria central.